Tinteiro #010: Terror, preguiça, espionagem e pílulas de blues
"Noites brutais", Lydia Davis, "O gerente noturno" e Blues Pills dão assunto pra nós na décima edição da newsletter
Hola, pueblo! Chegamos ao mágico número 10 de Zico, quem diria! Espero que venham tendo bons minutos de leitura, pois eu tenho tido boas horas de escrita. Continuem mandando suas impressões, acho ótimo poder trocar ideia com vocês! Vamonos! 😉😘
UM FILME
MICROSSINOPSE: Proletária do audiovisual aluga casa no Airbnb, mas o lugar já está ocupado. E faz tempo.
EU ACHO QUE: você já deve ter visto “Noites brutais” (“Barbarian”, Zach Cregger, 2022) enquanto pulava de título em título na Netflix, sem saber se assiste ou não. Pois assista. É um suspense massa, que vira terror lá pelas tantas e vale cada minuto de sua hora e meia de atenção.
ONDE VER: “Noites brutais” está disponível na Netflix.
UMA SÉRIE
MICROSSINOPSE: Ex-soldado recrutado para se infiltrar no círculo profissional de um traficante de armas logo se afeiçoa pela Primeira-Dama das Bazucas. Péssimo negócio, sim, mas quem pode culpá-lo?
EU ACHO QUE: “O gerente da noite” (“The night manager”, 2016) é uma minissérie de espionagem dessas de roer as unhas até o sabugo, ambientada na vida de opulência dos super-ricos. Ajudam as locações paradisíacas e a paradisíaca aparência de Elizabeth Debicki.
ONDE ASSISTIR: “O gerente da noite” está disponível no Prime Video. 🚀
UM SOM
🔵 Faz dez anos que o Blues Pills lançou seu primeiro álbum, homônimo, ainda o preferido deste que vos escreve. Muita coisa boa veio depois e mais coisa boa vem aí, porque tem disco novo saindo em agosto. Para os interessados em boas garfadas em um rock vigoroso, blueseiro e algo psicodélico, que faz cama para o gogó potente da louraça belzebu Elin Larsson (sim, sueca), comecem pelo primeirão, que vai aí abaixo.
QUER EM VÍDEO? TOMA “LITTLE SUN” ☀️ EM 2014, QUANDO O BLUES PILLS ERA AINDA UMA BANDA INICIANTE.
UM FRAGMENTO
Há pouco tempo deixei de ganhar um prêmio literário porque, segundo eles, sou preguiçosa. O que queriam dizer com preguiçosa é que sou muito econômica: por exemplo, nunca escrevo por inteiro a expressão “não vem que não tem”, abreviando, em vez disso, para “nem vem”.
Texto extraído do livro “Nem vem”, da escritora norte-americana Lydia Davis, que recomendo (mas só àqueles que não se importam em ler uma escritora preguiçosa).
UM MICRORRELATO
Denunciado por anônimo, Arilson atende a porta e leva a PM até os fundos da casa, residência simples no rincão de Humaitá. No quintal, viceja solitário pé de maconha, dois metros de altura, pleno de flores e sementes. Traficante ou jardineiro, vai da consciência dos senhores soldados.
W. Del Guiducci, 17/05/2024🌿
CRONIMÉTRICAS
A crônica desta semana na “Tribuna de Minas” começa assim:
“A Terra não leva desaforo pra casa.
Mas também não revida na hora. Não senhor. A Terra não é Mike Tyson: não resolve a parada a 10 segundos do primeiro assalto.
Ela dá tempo ao adversário. Tempo para que se redima. Tempo para que desfrute um pouco mais, que dance no ringue. Parece até passiva, acolhendo a porradaria como se fosse sparring da humanidade..”
O restante você pode ler neste link.
📢 Se preferir escutá-la na voz deste escrevinhador, é só clicar aí abaixo e será redirecionado para o player.
POSTEI E SAÍ CORRENDO
“Depois de 550 anos, a prensa tipográfica e seus produtos estão sendo empurrados do centro da vida intelectual para a sua periferia”, constata Nicholas Carr no livro “A geração superficial: o que a internet está fazendo com os nossos cérebros”.
O papel agora, quem diria, é marginal.
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Eu lhe consumo. Não pare!